CICATRIZES
A fisioterapia dermatofuncional aborda a fisiologia da cicatrização e diferencia os tipos de cicatrizes, a fim de garantir o melhor processo de cicatrização em um pós-operatório imediato ou tardio, escolhendo os recursos para cada fase da cicatrização, para obter resultados satisfatórios.
Tipos de cicatrizes:
a) Cicatrização de primeira intenção: ocorre quando há junção das bordas da ferida, não estando contaminada; por exemplo, são as feridas cirúrgicas.
b) Cicatrização de segunda intenção: quando há perda substancial de tecido e as bordas tornam-se afastadas.
c) Cicatrização de terceira intenção: não apresenta tecido suficiente para aproximar a borda, podem ser muito extensas e geralmente não cicatrizam por segunda intenção por apresentarem contaminação.
d) Cicatriz quelóide e hipertrófica São formas patológicas de cicatrização excessiva em indivíduos geneticamente predisposto após uma lesão, podendo ser traumáticas, inflamatória ou cirúrgica. As diferenças entre as duas entidades são clinicas, histopatologicas e evolutivas.
Cicatriz hipertrófica: surge dentro das primeiras 4 semanas após a lesão inicial, sem exceder suas margens originais; em seguida, cresce rapidamente durante os primeiros meses depois cede espontaneamente.
Cicatriz queloidianas: podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele. São lesões fibroelásticas, salientes, rosadas, avermelhadas ou escuras e às vezes brilhantes. Queloides são difíceis de erradicar e, quando retirados (retirados cirurgicamente), tendem a recorrer. Orienta-se o uso de fita de silicones sobre a cicatriz para tentar diminuir o estimulo de produção de colágeno.
RECURSOS PARA SEREM USADOS NA CICATRIZAÇÃO
1) Drenagem linfática manual: favorece a anastomose, melhora o trabalho e a motricidade dos linfáticos e diminui a densidade dos tecidos adjacentes.
2) Ultrassom: é indicado para amolecer as cicatrizes pelo efeito térmico, pois aumenta a extensibilidade das estruturas de colágeno, produz ação de neovascularização, fonoforese (uso de fármaco junto a aplicação) e por fim acelera o processo de resolução do hematoma e edema tecidual.
3) Corrente galvânica: gera micro lesões cutâneas e, conseqüentemente, induz a uma resposta inflamatória intensa que será responsável da estimulação e produção de colágeno. Possui uma grande capacidade de ionização e muito indicada para cicatrizes atróficas.
4) Microcorrentes: gera uma rápida resolução do edema, da equimose, da inflamação e da dor, pois ocorre a inibição da metaloproteinase responsável pela fibrose e aderência tecidual. A excitação elétrica de uma ferida é capaz de multiplicar as células do tecido conjuntivo, elevar a concentração de receptores de fator de crescimento que aumenta a formação de colágeno .
5) Curativos: podem ser um suporte até o tratamento cirúrgico definitivo ou podem eles próprios serem o tratamento final. São divididos em: passivos (não aderente, hidrogel, hidrocolóides), ativos (alginato, carvão ativado, placas de prata) e inteligentes (terapias de pressão negativa).